Dzongsar Khyentse Rinpoche
(Butão, 1961 ~)
Há um motivo porque, quando
aprendemos as seis perfeições, a generosidade sempre vem primeiro. Como seres
humanos, somos tão impacientes: queremos gratificação instantânea, felicidade
instantânea, resultados instantâneos.
Com frequência, ouvimos: se
você for generoso, no futuro será rico. Mas essa é apenas uma maneira bem
simplista de explicar as coisas. Se você realmente refletir em profundidade
sobre a prática da generosidade, verá que ela não apenas causa felicidade
futura, a própria prática é felicidade instantânea.
Quando pede-se a crianças novas
que deem algo, elas dão com tanta alegria! Dar faz parte do que elas são. Mesmo
que muitos de nós tenhamos propósitos ocultos ao darmos presentes, o ato de dar
ainda traz uma alegria e satisfação.
Você pode ser generoso e deixar
as pessoas saberem que é você que está fazendo a doação e assim ficar feliz. Ou
pode realizar atos de generosidade sem ninguém saber. Frequentemente, sua
alegria vai aumentar ainda mais se você manter sua generosidade em segredo.
E, obviamente, não é preciso
explicar que se a generosidade estiver acompanhada pela sabedoria da
não-dualidade, esse é o ato supremo dos bodisatvas. Então, é bem compreensível
que, de todas as perfeições, a generosidade seja ensinada primeiro. Ela nos dá
instantaneamente a benção da alegria.
Quando alguém é generoso
conosco, nos sentimos tão tocados; e nos regozijamos nessa generosidade. O
mesmo deve acontecer quando somos generosos com os outros.
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