sábado, 25 de fevereiro de 2012

A singularidade filosófica


Há um conto zen muito conhecido, mesmo que indiretamente, em que um monge é acordado abruptamente em meio a um maravilhoso sonho onde ele era uma borboleta voando pelo campo, e ao acordar ele fica momentaneamente confuso: Seria ele quem sempre achou que fora, ou uma borboleta? Seria o sonho com a borboleta irreal, ou seria a realidade ela própria uma ilusão? Seria ele quem sonhara com a borboleta, ou seria ele parte do sonho de outro alguém, talvez até uma borboleta? [1]


Muitos ocidentais não veem nada de muito profundo nesse conto, mas é interessante como a própria história do ceticismo filosófico no Ocidente se alinha bastante com ele...


O ceticismo filosófico é a ideia que, embora possamos ter um grande número de crenças, de fato sabemos muito pouco, ou nada – certamente bem menos do que supomos que sabemos. Uma dúvida razoável é sempre bem vinda, mas alguns céticos entraram em verdadeiros extremos de sua própria lógica cética.  




[1] Uma interpretação mais aprofundada desse tipo de conto provavelmente nos levará a conclusão de que a realidade está em constante mutação, e que embora não sejamos os mesmos de 15 anos atrás, talvez nem os mesmos de ontem à noite, certamente existimos. Obs: há muitos sites (como este do link acima) que falam sobre este conto sem determinar ao certo sua origem. Embora ele certamente possa ter sido passado adiante (oralmente) pelos zen-budistas, tudo indica que sua origem remete ao sábio taoista Chuang Tzu. 


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