A mediunidade de Chico Xavier não se restringia à psicografia. Sempre discreto, evitando qualquer forma de promover-se, Chico se limitava a cumprir com o dever, fugindo ao que pudesse evidenciá-lo; a verdade, porém, é que ele era maior médium do que aparentava ser...
Em uma das raras ocasiões em que nos falou de si, Chico contou-nos que a sua sensibilidade mediúnica lhe permitia, por vezes, ao olhar as pessoas, saber do que elas haveriam de desencarnar. Então, porque o fato lhe era causa de profunda tristeza, já que não poderia interferir na Lei do Carma, ele pediu a Emmanuel que lhe fosse bloqueada tal possibilidade, ao que o referido Mentor o atendeu de pronto.
De outra feita, dialogando com um amigo que lhe indagara se ele dispunha de tempo para ler tantos livros e publicações de confrades que iam ter às suas mãos, para análise, em tom confidencial respondeu: - “Eu não tenho necessidade de ler um livro do começo ao fim; basta tê-lo em minhas mãos e folheá-lo, para que eu saiba do que se trata e tenha acesso ao seu conteúdo...”
Há poucas semanas, recebemos, no Lar Espírita Pedro e Paulo, a visita do casal Walter Negrão e Orphila; ele, um dos autores de novela de maior sucesso da TV Globo. Conhecedor do nosso trabalho biográfico sobre Chico Xavier, fez questão de nos relatar o que presenciou, há cerca de 30 anos, quando veio a Uberaba, acompanhando a atriz Araci Balabanian:
- Eu estava acomodado num dos bancos do salão e ninguém me conhecia. O Chico, que atendia a dezenas de pessoas, de repente virou-se para mim e me chamou pelo nome: - “Walter, por favor, venha até aqui...” Surpreso, imaginando que pudesse tratar-se de um homônimo, não saí do lugar. Mas ele insistiu: - “Walter, é você mesmo, o de barba! Por favor, chegue mais perto...” Ora, como é que Chico poderia saber o meu nome, se, embora escritor de novelas, eu nunca aparecia no vídeo e, depois, nenhum de nós, eu ou a Araci, havia sido apresentado a ele?!... Quando me aproximei, ele me falou: - “Eu sei que você também escreve e, com certeza, gostaria de observar o modo com que os espíritos escrevem por meu intermédio... Pode sentar-se nesta cadeira, ao meu lado.” – convidou-me, entrando comigo num quartinho que dava para o salão das reuniões, ainda na antiga sede da Comunhão Espírita Cristã.
Prosseguindo com a narrativa, Walter Luís Negrão, que, a partir de então, se tornou espírita convicto, explicou:
- O Chico dividiu em dois o pacote de folhas em branco que estava sobre a mesa e, caindo em transe, começou a psicografar com as duas mãos ao mesmo tempo, recenbendo, simultaneamente, uma mensagem de André Luiz e outra de Humberto de Campos!... Como é que eu poderia continuar tendo alguma dúvida, se o fenômeno acontecia diante dos meus olhos? Aquilo foi demais para mim!...
Coversando, então, com o amigo, que conhecemos em uma de nossas andanças doutrinárias por São Paulo, comentei:
- É, Walter, o Chico nos dava a impressão de que “escondia” a própria mediunidade... Talvez ele tivesse sido médium demais para o nosso tempo...
A isto, o amigo, que nos escutava, ajuntou:
- Concordo. A gente sempre tinha curiosidade de saber se o Chico, de alguma maneira, seria informado quanto ao momento da sua própria desencarnação e, hoje, pelos acontecimentos da véspera e do dia, eu não tenho mais qualquer dúvida... O Chico sabia muito mais do que ele ou os espíritos, por seu intermédio, nos revelavam!...
Livro: Chico Xavier, A Reencarnação de Allan Kardec
Carlos A. Baccelli
LEEPP – Livraria Espírita Edições Pedro e Paulo
Projeto Saber e MudarAos poucos e sempre.
É a maior personalidade do Brasil. Devia ser incrível estar na presença dele. parabéns pelo blog. Abração
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